A competição e os jovens ginastas. A vitória e as medalhas!

A competição e os jovens ginastas. A vitória e as medalhas!
 

  No fim-de-semana passado (30.11.2013) apresentei duas comunicações no 3º Congresso Internacional da Federação de Ginástica de Portugal.

Uma intitulou-se: “A competição e os jovens ginastas. A vitória e as medalhas!”, tema muito atual na Ginástica Portuguesa, quando se discute muito se devem os mais jovens (Benjamins e Infantis) participar em competições formais, bem como se devem receber classificações e prémios individuais.

A idade a partir da qual as crianças devem participar em competições formais é um tema controverso e antigo, apesar de ser muito atual na realidade da Ginástica em Portugal. De acordo com os mais recentes regulamentos da FGP, por princípio e alegadamente por razões pedagógicas, nos eventos com a participação de ginastas infantis (aproximadamente até aos dez anos de idade) não há atribuição de classificação individual, portanto não há entrega de prémios e medalhas para as prestações individuais de crianças dessas idades. Aliás, tais eventos deixaram, inclusive, de ter a designação de “competição” e passaram a ser “encontros”, ou outra denominação.

Existem bastantes documentos científicos que abordam este tema e, na generalidade, tal discussão conduz-nos ao seguinte raciocínio:

  1. A maioria das abordagens relacionam este tema com a discussão sobre quando estão preparadas as crianças para as pressões da competição. E os treinadores? E os pais? Estão preparados para estas pressões?

  2. O medo de falhar é a fonte das maiores preocupações, além do medo da avaliação social e de não ir de encontro às expetativas da prestação;

  3. A competição para “ganhar” deve ser secundário em relação à competição para ensinar os gestos técnicos, especialmente antes dos 12 anos;

Aqueles que entendem ser importante a atribuição de prémios deverão aceitar que também dão importância à vitória ou, no mínimo, ao resultado ou classificação final de uma competição. Poderão reconhecer ou não que estão criadas as condições para a presença de pressão para esse objetivo, o resultado.

Deixo-vos abaixo os slides desta minha comunicação, os quais apresentam algumas das justificações pedagógicas que fundamentam a não participação em competições formais antes dos 10 anos de idade e, quando participam não deve ser dado destaque e importância ao resultado, mas sim ao desenvolvimento dos gestos e habilidades técnicas para os quais se prepararam.


A competição e os Jovens Ginastas. versão pdf.pdf 

 

08.12.2013

José Ferreirinha

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